29 junho, 2007
O mistério das cores
Tem coisas que são bem difíceis de se descrever. A gente entende só vendo mesmo. Definir cor é uma delas. Aqui na loja às vezes tem algumas clientes que perguntam se tal cor é preto ou azul marinho. Você jura que é preto, mas ela cisma que é azul marinho. Quem está certa? As duas ou ninguém. A verdade é que percebi como definir a cor de alguma coisa é difícil a não ser que você tenha uma cartela de cores Pantone no bolso (e mesmo assim é bem complicado, pois cada cor age diferente em cada papel). É super insólito descrever cores (ou mesmo gostos). As pessoas podem achar que é paia, que vendedora ou designer falam coisas que não tem nada a ver apenas para vender, mas o fato de que cada cor reage diferente em cada fibra (seja papel ou tecido) é uma grande verdade. Tenho uma amiga que tem uma fábrica de tricots e ela disse que as peças em cinza mescla sempre ficam maiores. Depois que ela falou isso, comecei a notar que as peças em cinza mescla tem uma textura diferente das outras peças de mesmo modelo. Para quem fabrica, isso é um verdadeiro quebra-cabeça. Pois como pode a mesma blusa depois de tingida ter diversos tamanhos? Bem... mas essa dicussão de cores me veio a cabeça porque dias desses estava eu bebendo água na cozinha e sei lá por que resolvi abrir o armário e me deparei com uma garrafa de soyu. Acho que era um soyu chinês, pois estava escrito "hongse" que significa vermelho. Aí me lembrei de uma das aulas de mandarim que existia uma prato que se chamava "peixe vermelho" ou algo do gênero e a minha professora falou que era um peixe com soyu. Engraçado, para mim o molho de soja sempre foi preto. Mas depois comecei a observar que poderia ser vermelho também. De fato, os soyus com fermentação natural são um pouco mais claros, meio marrons, mas podem ser vermelhos. Daí cheguei a conclusão que nada é absoluto no mundo das cores. Um dia, minha cara, pode ser azul marinho, um dia pode ser preto.
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